quinta-feira, 14 de abril de 2011

Incomodados

Outro dia Ana recebeu o recado de que alguém não gostava dela. Simples como descascar um abacaxi, se segurou para não seguir seus instintos e sair falando tudo o que pensava. De fato, no dado momento, se sentiu ofendida, mas decidiu pensar antes de agir e apenas riu daquela situação.
O mais incrível, foi o impacto disso e a repercussão dessa atitude, afinal, surpreendentemente Ana se controlou e conseguiu não se atingir ao ponto de arrancar os cabelos da menina. O que ela percebeu é que de fato, nem todas as pessoas vão gostar dela, e se ela pensasse dessa maneira, tudo estaria perdido, afinal isso é uma ilusão. Não se pode agradar á todos, apesar de ser isso o que tentamos todos os dias. O que se nota é que a menina que não gostava dela, que a xingava, que enfim, nao gostava de si mesma, encontrou alguém para apedrejar suas raivas, despir sua máscara de boa moça e fingir que não se importava com a presença da outra, quando na verdade, ela se incomodava com a própria presença.
É meio triste dizer isso, mas na verdade, muitas pessoas são assim, incomodadas com a própria presença. São pessoas que precisam demolir as outras para se construir em algum lugar. O problema, nesse caso, é que não tinha espaço para infamidade, nem qualquer tipo de insegurança. Ana estava satisfeita pelo que era e aonde estava. No final a incomodada se retirou e foi para longe dela.
É como no ditado: os incomodados que se retirem.

Apaixonada

Enfim, esperei tanto por isso. Agora me encontro em um conforto estável estabelecido por critérios e diagnósticos vulneráveis á qualquer tipo de atitude ou informação mal elaborada que possa ocorrer.
Isso sem contar, as horas de abdicação, a paciência, e qualquer situação ou pessoa perigosa que possa influenciar de alguma forma o contexto de uma história que pode dar certo ou não.
Para tanto, deve-se ter muita segurança, equilíbrio e carinho para com a pessoa que está ao seu lado, sem deixar, claro, de pensar nas pessoas que convivem com a mesma. Afinal, todas elas podem ser importantes para ela e por isso importantes para você naquele momento. Tendo isso em vista, espero, não que preencha todos os pré requisitos, o que de fato, ninguém consegue, mas tentar preencher boa parte deles para fazê-lo feliz e contente com a minha presença em sua vida todos os dias.
Essa vontade de estar junto, é uma vontade que vale a pena, é por ela que se acorda todos os dias, até porque, não se vive sozinho, nós temos a necessidade de pelo menos viver para dar bom dia á alguém.
Eu acordo com esse intuito todos os dias, a diferença é que além de bom dia a minha melancolidade se extende e me faz dar bom dia, boa tarde boa noite e se de até conversar por msg sempre que dá, para não perder a essência de uma coisa que é tão bonita e agradável,isto é,  estar apaixonada.
Estou apaixonada de fato, e por isso, dedico meus dias agora á esse novo bem querer, á essa pessoa por quem acordo todos os dias querendo fazê-la feliz e para receber isso em troca, claro.
Via de mão dupla, não sei andar na contramão, então não atropele sentimentos, não brigue  com suas atitudes, nem deixe que nenhum stress do dia a dia interrompa essa felicidade, por que senão você se tornará apenas um lixo carregado de coisas que a outra pessoa não merece receber, afinal o dela pode estar cheio de lixo demais também.
ta, ta, ta agora quer saber ? Esqueçe tudo isso , não pense muito apenas viva cada momento.

O governo de nós mesmos

Esse sim, é um exercício contínuo. Muitas vezes fico me perguntando como eu poderia me governar. Afinal, pensem vocês que nem na cabeça dos melhores filósofos se esclareceu uma melhor forma de governo dentro de uma sociedade. Imaginem em nós mesmos.
Faço essa analogia, pois acredito serem duas coisas parecidas. Todos nós , nos encontramos  meio perdidos nesses conceitos, somos capazes de nos perder e nos encontrar ou até nos deparar com o nosso egoísmo de tiranos ou  com nosso tom liberal demais.
Em algum momento, analisando todas as situações, percebo que não há nenhuma MELHOR forma de governo, tanto nossa,quanto na sociedade. O que existe são apenas as mais adequadas e mais adaptadas formas da gente se sentir bem ou  acomodado em uma situação. Afinal somos exatamente isso : seres que gostam de um aconchego.
Não critico essa maneira de adorar a acomodação. Não ter que lutar por muitas causas, ficar apenas ali sentado, esperando seus privilégios serem atendidos, e no máximo o que fazemos é buscar e trabalhar muuuito, para conseguir,privilégio.
Pode parecer, que na época da ditadura, que muitos chamam de antigamente, as pessoas eram mais românticas, davam mais valor ás coisas, será que isso seria porque naquela época as pessoas tinham que realmente lutar para conseguir algo ?  Ou porque  mesmo quando elas não lutavam, ganhavam algo, recebiam aquilo como uma coisa muito especial, tão especial que não sabiam quando poderiam ter ou presenciar aquilo novamente ?
Caros, é claro que eu sou a favor da liberdade, acredito que devemos ter o poder de fazer o que acharmos melhor para nós, sem a interferência de outrem.(apesar de isso não acontecer de fato)  Porém, em alguns casos, por tudo estar sendo "de mão dada", ou seja, entregue facilmente á nós, estamos dando menos valor ás coisas, á vida, á tudo e deixamos demais que interfiram nas nossas opiniões.
E isso que me intriga.
De um lado, não gostaria de sofrer repressões, ser obrigada a nada, por ninguém, nem mesmo pelos meus pais. Aliás, adoro quando posso fazer o que quero, sair e voltar a hora que desejo, namorar e ser amiga de quem bem entendo, sem alguém vir me dizer o que devo fazer. Mas por outro lado, adoro quando alguém pergunta como estou, para onde quero ir, com quem estou saindo, se essas pessoas são boas companhias ou não. Isto é, atenção.
Não  acho certo deixar de dar valor á algo que você tem, ou um momento que aconteceu, simplesmente porque  alguém te reprimiu ou po você  não gostar e poder virar as costas e não querer mais aquilo.
As vezes, nos falta essa reflexão, rever nossos conceitos morais, valores e perceber pelo que vale a pena lutar e pelo que vale a pena desistir.
Sabe, eu tento me governar todos os dias, dentro do equilíbrio que consigo, evitando ser tirana demais ou liberal demais; E saibam, isso é difícil demais. Ainda mais para uma pessoa que acredita piamente em seus valores e não os quebra por ser como todo ser humano, egoísta certas vezes, e molenga em outras.
Infelismente ainda não descobriram fórmulas para a resolução de nossos problemas, mas já resolveram muitas atitudes por nós, as que DEVERÍAMOS tomar. Ah, sério mesmo, odeio esse dever ser( e não digo aqui em referência ao próprio do direito), que nos impõe. Tudo bem que querendo ou não ele nos é necessário, mas toda hora em que me vejo , ou seja, toda vez que vejo quem sou de verdade, não sei se me encaixo nesse ambito tão civilizado. E acredito que muitos também não.
Enfim , eu fico nessa intriga de ser e dever ser dentro de mim , sem saber, o que realmente sou, sem saber qual governo devo tomar para mim mesma.
As vezes uma radicalidade me faz bem, faz com que pelo menos me respeitem como pessoa, em outros casos, a minha liberdade incomoda, no final, tem muita gente querendo tomar conta da minha vida, assim como dos governos, a diferença é que na minha vida eu tenho que tomar as rédias sozinha, afinal só eu o que é melhor pra mim, e em uma sociedade, várias pessoas tem que entrar em consenso.
Para parafrasear melhor, é como se existisse uma sociedade em mim, que tenta tomar conta do meu Estado, que está em constante mudança, sem saber para onde vai, aonde fica, e para que tudo isso.
Sinto, que acabo por aqui, na mesma linha que começei, cheia de dúvidas, mas aliviada por desabafar e ter a liberdade de pensar o que quiser, e ainda sim algumas pessoas não concordarem.
A vida é assim, um círculo de ideias que vão e vem , que não param de rodare que te fazem refletir a cada instante se o seu governo moral e ético está funcionando para o seu bem e para o bem da comunidade, onde o seu bem não seja egoísta, e as pessoas em sua volta encontrem-se satisfeitas com seu modo de ser e dever ser.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Medo

As vezes fico me eprguntando o porquê desse medo de não dizer o que sente, de dizer á todos, menos para quem realmente deveria saber, esse medo de perder, de deixar as pessoas irem embora, de deixar que elas vivam sua vidas sem prendê-las ao ponto de nem o amor que elas sentem por você ser suficiente para alçar um grande voo entre eu e a pessoa a quem amo tanto e odeio tanto ao mesmo tempo.
Fico me perguntando se seria eu capaz de perdoar, essa sutileza de fatos e acontecimentos passados, que já ficaram  para trás pelo meu bem, pelo meu próprio e feliz bem e paz. Para que depois disso eu não atinja mais ninguém com tanta magnitude a ponto de sucumbir as forças de um fiel escudeiro.
Será que eu realmente estava preparada para essa jornada? Será que eu não era apenas pequena demais para saber de tantas coisas da vida?Ou será que  simplesmente  era para ser assim ?
Sei apenas que aceitei esses anos todos a indiferença, aceitei a minha pequinez que se tornou grande a ponto de ser forte e pronta e fraca para tudo.
Fico intrigada com minha maneira de ser, de ver, de agir, eu não entendo meus sentimentos, não aguento minhas confusões borbulharem de agonia, não aguento esse complexo de velhice, essa falta de emoção, essa preguiça, essa perda de solidez nas atitudes e decisões, enquanto me decido e determino o que quero, como quero, e as vezes, eu consigo.
Fico feliz por ter me tornado o que sou e triste por não saber ser isso.
Mesmo assim, sou o que sou e não deixarei minhas raízes para trás só porque alguém que não viveu minha história resolveu palpitar sobre como eu deveria ser na construção dele.
Não nego que já fui bem construída muitas vezes e muito bem por várias pessoas, mas sabe, nenhuma delas superou expectativas, e nenhuma delas conseguiu realmente, mesmo que nas entrelinhas , entregar pontos fiéis á minha realidade,
ideal não existe pra mim, eu só procuro acertar e continuar errando pra aprender.