quinta-feira, 14 de abril de 2011

O governo de nós mesmos

Esse sim, é um exercício contínuo. Muitas vezes fico me perguntando como eu poderia me governar. Afinal, pensem vocês que nem na cabeça dos melhores filósofos se esclareceu uma melhor forma de governo dentro de uma sociedade. Imaginem em nós mesmos.
Faço essa analogia, pois acredito serem duas coisas parecidas. Todos nós , nos encontramos  meio perdidos nesses conceitos, somos capazes de nos perder e nos encontrar ou até nos deparar com o nosso egoísmo de tiranos ou  com nosso tom liberal demais.
Em algum momento, analisando todas as situações, percebo que não há nenhuma MELHOR forma de governo, tanto nossa,quanto na sociedade. O que existe são apenas as mais adequadas e mais adaptadas formas da gente se sentir bem ou  acomodado em uma situação. Afinal somos exatamente isso : seres que gostam de um aconchego.
Não critico essa maneira de adorar a acomodação. Não ter que lutar por muitas causas, ficar apenas ali sentado, esperando seus privilégios serem atendidos, e no máximo o que fazemos é buscar e trabalhar muuuito, para conseguir,privilégio.
Pode parecer, que na época da ditadura, que muitos chamam de antigamente, as pessoas eram mais românticas, davam mais valor ás coisas, será que isso seria porque naquela época as pessoas tinham que realmente lutar para conseguir algo ?  Ou porque  mesmo quando elas não lutavam, ganhavam algo, recebiam aquilo como uma coisa muito especial, tão especial que não sabiam quando poderiam ter ou presenciar aquilo novamente ?
Caros, é claro que eu sou a favor da liberdade, acredito que devemos ter o poder de fazer o que acharmos melhor para nós, sem a interferência de outrem.(apesar de isso não acontecer de fato)  Porém, em alguns casos, por tudo estar sendo "de mão dada", ou seja, entregue facilmente á nós, estamos dando menos valor ás coisas, á vida, á tudo e deixamos demais que interfiram nas nossas opiniões.
E isso que me intriga.
De um lado, não gostaria de sofrer repressões, ser obrigada a nada, por ninguém, nem mesmo pelos meus pais. Aliás, adoro quando posso fazer o que quero, sair e voltar a hora que desejo, namorar e ser amiga de quem bem entendo, sem alguém vir me dizer o que devo fazer. Mas por outro lado, adoro quando alguém pergunta como estou, para onde quero ir, com quem estou saindo, se essas pessoas são boas companhias ou não. Isto é, atenção.
Não  acho certo deixar de dar valor á algo que você tem, ou um momento que aconteceu, simplesmente porque  alguém te reprimiu ou po você  não gostar e poder virar as costas e não querer mais aquilo.
As vezes, nos falta essa reflexão, rever nossos conceitos morais, valores e perceber pelo que vale a pena lutar e pelo que vale a pena desistir.
Sabe, eu tento me governar todos os dias, dentro do equilíbrio que consigo, evitando ser tirana demais ou liberal demais; E saibam, isso é difícil demais. Ainda mais para uma pessoa que acredita piamente em seus valores e não os quebra por ser como todo ser humano, egoísta certas vezes, e molenga em outras.
Infelismente ainda não descobriram fórmulas para a resolução de nossos problemas, mas já resolveram muitas atitudes por nós, as que DEVERÍAMOS tomar. Ah, sério mesmo, odeio esse dever ser( e não digo aqui em referência ao próprio do direito), que nos impõe. Tudo bem que querendo ou não ele nos é necessário, mas toda hora em que me vejo , ou seja, toda vez que vejo quem sou de verdade, não sei se me encaixo nesse ambito tão civilizado. E acredito que muitos também não.
Enfim , eu fico nessa intriga de ser e dever ser dentro de mim , sem saber, o que realmente sou, sem saber qual governo devo tomar para mim mesma.
As vezes uma radicalidade me faz bem, faz com que pelo menos me respeitem como pessoa, em outros casos, a minha liberdade incomoda, no final, tem muita gente querendo tomar conta da minha vida, assim como dos governos, a diferença é que na minha vida eu tenho que tomar as rédias sozinha, afinal só eu o que é melhor pra mim, e em uma sociedade, várias pessoas tem que entrar em consenso.
Para parafrasear melhor, é como se existisse uma sociedade em mim, que tenta tomar conta do meu Estado, que está em constante mudança, sem saber para onde vai, aonde fica, e para que tudo isso.
Sinto, que acabo por aqui, na mesma linha que começei, cheia de dúvidas, mas aliviada por desabafar e ter a liberdade de pensar o que quiser, e ainda sim algumas pessoas não concordarem.
A vida é assim, um círculo de ideias que vão e vem , que não param de rodare que te fazem refletir a cada instante se o seu governo moral e ético está funcionando para o seu bem e para o bem da comunidade, onde o seu bem não seja egoísta, e as pessoas em sua volta encontrem-se satisfeitas com seu modo de ser e dever ser.

Nenhum comentário:

Postar um comentário